quarta-feira, 22 de julho de 2009
POR MOTIVAÇÃO POLÍTICA R$ 300 mil pela morte de Josias Quintal
O delegado Márcio Caldas concedeu na manhã desta terça-feira (21/07) uma coletiva, na 146ª Delegacia de Polícia, em Guarus, onde apresentou informações parciais das investigações relacionadas ao assassinato do Secretário de Comércio e Indústria de Aperibé, Waldemar Linhares Duarte, morto no dia 26 de junho, com dois tiros na cabeça, quando saía da Fazenda Pedra Lisa de Josias Quintal, ex-deputado federal e ex-Secretário de Segurança Pública no Governo de Garotinho.
Dois mandados de prisão temporária foram expedidos. No último sábado (18/07) o primeiro foi cumprindo contra Maximiliano Rocha da Conceição, 33 anos, por 30 dias prorrogáveis por mais 30. O segundo está expedido contra um empresário da cidade de Santo Antônio de Pádua, que não teve seu nome revelado. Um terceiro mandado, segundo o delegado, será expedido contra o terceiro participante do esquema para a execução.
Preso na Casa de Custódia, Maximiliano confirmou que fez parte do esquema armado, e que o maior responsável terceirizou o serviço, tendo levado os assassinos ao local para mostrar onde seria efetuada a ação.
“Cerca de 10 dias antes, eles foram levados a entrada do sítio da vítima principal, e ali dito que era para matar o dono da propriedade. Isso nos faz ter a certeza de que o crime era para o político, sendo que a vítima real foi outro, por uma grande infelicidade dele, que tinha o carro do mesmo modelo e cor, idade aproximada e ainda usava roupas parecidas. O preso deu o nome de quem contratou o serviço, só que não vamos revelar neste momento. O horário também estava combinado, já que quem era para ser morto, costumava sair dali entre às cinco e seis da tarde”, declarou o delegado.
As investigações relacionadas a execução estão concluídas e já foram iniciadas os trabalhos para se encontrar a motivação, que segundo Márcio Caldas, tem todas as características de política. “Costumo trabalhar assim, primeiro pegamos os que executaram, agora estamos trabalhando nas investigações da motivação para o crime. Se for quem eu estou pensando, ele está no mandato político”, afirmou o delegado frisando ainda que este caso a princípio não tem nenhuma ligação com o assassinato do vereador Efer Soares de Souza (PDT), o Efinho, 60 anos, também assassinado no dia 26 de junho, a tiros, na zona rural da cidade.
A Polícia chegou a Maximiliano através da Central Disque-Denúncia, que oferecia recompensa de R$ 10 mil para quem desse as pistas concretas sobre o assassino. Maximiliano já esteve preso por três anos em Campos, por porte de arma e preso como segurança do tráfico na Baleeira. Ao deixar o prisão, foi para Funil, onde acabou participando de todo o esquema desta execução.
O delegado declarou que Maximiliano teria sido apresentado ao contratante, pelo terceiro homem que terá contra ele expedida a prisão temporária. O valor pago seria de R$ 300 mil reais, e quem receberia esse valor seria este terceiro homem, para que pudesse contratar alguém preparado para o “trabalho”, sendo que o oferecido por este, foi o valor de R$ 20 mil. “Parece que ele quis economizar e ficar com a maior parte do dinheiro, e nessa chamou um que não estava tão preparado para fazer o trabalho”, falou o delegado, que ouviu no dia 30 de junho, o homem procurado pelo presumível político, que o ofereceu o valor de R$ 300 mil. “Ele simplesmente negou tudo, mas confirmou que recebeu a oferta”.
Leandro, pessoa que estava no carro com Waldemar, também foi ouvido e não reconheceu Maximiliano como executor, mas estão sendo levadas em consideração as características do local no momento do crime. “Ele primeiro disse que seria um homem alto, mas este estaria acima do limite do chão, também estava escuro, foi muito rápido, ele estava assustado e correu para o meio do mato quando ouviu os disparos”, afirmou o delegado.
As investigações continuam e uma das linhas pode ser a possibilidade de mudanças na política de Santo Antônio de Pádua, onde no último pleito eleitoral Josias Quintal ficou em 2º lugar na disputa para a Prefeitura. “Há uma ação para tentar cancelar a eleição de Pádua, e Josias por ter sido o segundo colocado, tinha possibilidades de assumir o cargo, ou até mesmo de ter novas eleições. Tiveram políticos da cidade presos recentemente e a situação no município nesse sentido é confuso. Então concluo que é crime político”, diz o delegado.
Márcio Caldas, que trabalhou no Rio de Janeiro, na delegacia de homicídios, assumiu a delegacia no último dia 7 de julho, em lugar de Geraldo Rangel, que foi para a cidade de Santo Antônio de Pádua. Ele retornou à Campos, onde já havia sido delegado adjunto na 134ª DP. O delegado confirmou que o retorno a cidade está relacionado as investigações deste caso, tendo sido convidado a fazer este trabalho e permanecer como titular da 146ª.
JOSIAS CONFIRMA QUE APOSTA EM CRIME POLÍTICO
Josias Quintal já anunciava no dia do assassinato que o crime seria encomendado contra ele. “O Waldemar tomou café comigo e conversamos um pouco. Ele saiu e foi morto na frente da minha propriedade. Na verdade, queriam era me matar”, disse.
Nesta terça-feira, em entrevista ao programa Balanço Geral da TV Record, Josias Quintal voltou a dar o depoimento nessa direção. “Tenho que agradecer a polícia pelo trabalho que está sendo feito. Não tenho nenhum inimigo para estar com risco de vida. Somente o ambiente político em Pádua poderia me colocar assim, e o que tudo indica a polícia está no caminho certo, com o elemento responsável podendo ser apresentado a qualquer momento. Existe um esquema político em Pádua muito antigo, e minha chegada significa que pode desarticular tudo isso. São muitos interesses em jogo, que está resultado inclusive em investidas da polícia e do Ministério Público. Nossa chegada pode representar mudança nesse quadro, e me tirando do caminho ficaria mais fácil para eles. Somente a mente doentia deles pode dizer o motivo real”, declarou Josias Quintal ao apresentador Alexandre Tadeu.
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