terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Quadrilha do Riocard movimentava R$ 2 milhões por mês, diz polícia
A quadrilha que dava golpe no mercado usando vale da SuperVia, cartões do Riocard e também tickets de alimentação movimentava cerca de R$ 2 milhões por mês, segundo estimativa da polícia do Rio, que realizou a chamada operação Fim de Linha na manhã de terça-feira (8). Treze pessoas foram presas, inclusive o dono de uma companhia de ônibus.A ação foi articulada depois de cinco meses de investigações. Os policiais prenderam, logo no início da operação, Leomárcio e Irelene Detoni, que, de acordo com os investigadores, administravam cartões roubados da SuperVia em maio deste ano.
O casal, segundo a polícia, seria dono de uma empresa de ônibus e, após adquirir os cartões, passaram a trocá-los pelo Riocard com outros dois casais que gerenciavam salas usadas para compra e venda de todos os cartões e também tickets de alimentação.
O outro casal, Jorge dos Reis Lima e Lucineide dos Santos Fernandes, foi localizado em em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Eles estavam em casa.A polícia rastreou toda a movimentação da quadrilha e descobriu como funcionava o esquema com a troca dos cartões. Leomárcio descarregava o Riocard nas máquinas validadoras instaladas nos ônibus da própria empresa, como se passageiros estivessem sendo transportados. Três dias depois, recebia os créditos gerados por esses vales eletrônicos.
Venda em frente às bilheterias
Com os cartões roubados da SuperVia, Jorge e Lucineide e o outro casal os repassavam para um encarregado. Segundo a polícia, ele vendia as passagens de trens em frente às bilheterias das estações com apoio de dois comparsas. Usuários eram abordados e, assim que convencidos da compra com pequenos desconto, tinham a catraca liderada pelos criminosos.
Ainda de acordo com as investigações, o mesmo era feito com vales alimentação. Um dos mandados de busca e apreensão foi em um mercado de carnes de Leomárcio Detoni. Mas, segundo a polícia, a quadrilha mantinha outras empresas como pizzarias, que na verdade não existiam, para descontar os vales que eram comprados 40% mais barato e depois receber o dinheiro integral das operadoras.
Segundo a polícia, um dos envolvidos tinha sete contas bancárias. Por escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, os investigadores ainda descobriram que outro integrante da quadrilha chegava a fazer movimentos diários de mais de R$ 60 mil.
Com cem homens nas ruas de nove delegacias especializadas, os agentes prenderam os 13 integrantes da quadrilha, entre elas os três homens suspeitos de assaltar as bilheterias da SuperVia.
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