Foto aérea do retroporto e da área (já com macrodrenagem) onde ficará o pátio de estocagem de minérios |
Desde a madrugada de segunda, os produtores bloqueiam a entrada do canteiro de obras do porto de propriedade de companhia LLX, do empresário Eike Batista. Com isso, as obras estão paralisadas.
Os agricultores protestam contra as desapropriações de terra que serão feitas na região para a implantação de um distrito industrial. De acordo com o presidente da Associação de Produtores Rurais e Imóveis do Município de São João da Barra, Rodrigo Santos, que comanda o protesto, não houve acordo sobre aumentar interromper as desapropriações ou aumentar o valor das indenizações.
Após a reunião, Conceição Ribeiro, da Codin, informou que as desapropriações não vão parar. De acordo com ela, o valor das indenizações não será superior a R$ 90 mil por alqueire. Os produrores reinvindicam R$ 960 mil por alqueire.
Ficou acertado, no entanto, que a Codin irá instalar um posto avançado mais próximo do 5º distrito de São João da Barra, onde estão sendo feitas as desapropriações. Foi oferecida também uma “bolsa agricultura” – um valor que será repassado aos produtores desde o momento das desapropriações até o efetivo pagamento das indenizações.
As desapropriações acontecem todas no 5º distrito de São João da Barra, em locais como Água Preta e Barra do Açu. Ao todo, são 2,4 mil propriedades, sendo 400 propriedades rurais e 2 mil lotes urbanos. Até o momento já foram desapropriadas 40 propriedades. Segundo a Codin, sem residentes. Segundo os agricultores, algumas tinham residentes.
Protesto
Na noite de segunda-feira, um caminhão e pneus que bloqueavam a pista foram removidos, mas a passagem seguiu bloqueada pelos manifestantes. Na manhã desta terça, um trator voltou a ser colocado sobre a pista.Ainda na segunda-feira, a LLX informou, por meio de nota, que "a desapropriação é responsabilidade do Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin). Por questão de segurança, os funcionários não estão no empreendimento. Apesar disso, não haverá prejuízos, pois as obras do Superporto do Açu estão adiantadas". Segundo a empresa, o governo do estado já vem negociando com esses produtores rurais, e a LLX já mantém um canal de diálogo com a população de São João da Barra.No final de março, os trabalhadores do consórcio ARG Civil Port, que atua nas obras do empresário Eike Batista no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), entraram em greve. Eles bloquearam a via de acesso ao porto - inclusive com queima de pneus -, reivindicando melhoria salarial, adicional de 30% de periculosidade, participação nos lucros e resultados, seguro de vida e adaptações no alojamento. A paralisação durou três dias.Complexo
O complexo em construção é considerado um dos maiores empreendimentos de Eike e inclui a construção de um terminal portuário, com previsão para entrar em atividade em 2012, além de estaleiro, usina térmica a gás natural, entre outras instalações, numa área total de 9 mil hectares. O investimento total é de R$ 3,4 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão só no terminal portuário dedicado ao minério de ferro.
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