sábado, 11 de julho de 2009

OPINIÃO, ALERTA E PREOCUPAÇÃO

A audiência pública realizada no último dia 09/07 (quinta) foi um importante passo na tentativa de uma democratização na rede educacional de Campos, através de eleições diretas para diretores de escolas.Mas alguns pontos preocupantes e vergonhosos vieram à tona nessa audiência pública.A representante da SMEC, a senhora Rosângela (gerente do departamento de gestão), que, infelizmente, foi à audiência mais para cumprir um protocolo do que debater sobre o assunto, pois a mesma deixou bem claro que a pedido da secretária de educação Auxiliadora Freitas, esta deveria mais ouvir do que falar, já dando o tom da posição e o caminho que a SMEC está traçando para a democratização na rede escolar.A verdade é que a Sra. Rosângela veio com um discurso pronto e ordens que não se pronunciasse referente a outros assuntos, que fugissem às eleições diretas, e por várias vezes repetiu que não poderia responder, pois determinados assuntos não estavam na pauta.O pouco que a Sra. Rosângela se pronunciou, mostrou a desordem que vive a SMEC e o desrespeito com a categoria (funcionários concursados).Ao ser questionada em relação aos diretores sem preparos e capacitação que estão à frente das unidades, a mesma respondeu que assumiram a SMEC sem nenhum diretor, pois todos teriam sido exonerados pela gestão passada, e a atual gestão teve que selecionar, com base em currículos, as novas gestoras, e os anexos de comprovações de qualificações seriam analisados posteriormente devido a urgência das unidades terem diretores. A mesmo declarou que desde que as novas diretoras assumiram até o prezado momento, já foram cobrados por três vezes os anexos e alguns diretores ainda não comprovaram suas qualificações junto a SMEC.Isso é só um pequeno detalhe do desrespeito que a educação de Campos está passando, o cidadão quando convocado para assumir o cargo para o qual foi aprovado em concurso, tem 30 dias para comprovar a habilitação específica para a função. Tal situação apenas comprova a urgência da necessidade de mudança no processo de indicação de diretores das unidades escolares, uma vez que a falta de comprovação de curso específico para provimento dos cargos de direção, até o momento, só corroboram no sentido de que estas garantem-se em seus padrinhos políticos, o que ficou explícito que esse atual sistema de indicações políticas, embora não admitam, não contribui nem mesmo para o desenvolvimento dos trabalhos na própria secretaria de educação.Em resposta o vereador Jorge Rangel, em sua fala deixou claro que a prefeita Rosinha poderia, com apenas um ato, reconduzir os antigos diretores aos cargos, em caráter emergencial, para dar prosseguimento aos trabalhos da SMEC, e que a exoneração destas diretoras no final do ano passado, não cabe como justificativa quanto ao fato de ainda encontrarmos diretores sem preparo e qualificação mínima exigida e pediu que a senhora Rosângela levasse tal situação à secretária Auxiliadora Freitas, pedindo a exoneração imediata daqueles que não atendem às exigências mínimas.Ainda em relação a este ponto, fundamental à educação, a professora Mônica, da E.M. Santa Maria, sinalizou que há pessoas que não atendem aos critérios e exigências mínimas para o cargo em questão.O assunto sobre a direção das escolas é tratado pela SMEC como processo seletivo, que difere muito das eleições diretas. Esse fato, pode até ter passado despercebido, no entanto, é de extrema relevância, uma vez que a representante da secretaria salientou que a SMEC está viabilizando cursos, em nível de pós- graduação, para os diretores da rede (os apadrinhados políticos), o que, ao meu ver, significa dizer que os que estarão aptos ao chamado processo seletivo, serão os mesmos que estão à frente das escolas indicados pelos políticos atualmente. A pergunta é: - Onde está a valorização dos profissionais da educação concursados?Já que o município possui vários professores, com graduação em pedagogia e em outras licenciaturas, este deveria priorizar a qualificação destes funcionários, para que posteriormente tivessem a possibilidade de pleitearem cargos de direção. É inadmissível que capacitem os cargos comissionados e excluam as possibilidades de crescimento e valorização dos profissionais da rede.Dão voltas e voltas e mantêm-se as mesmas pessoas, delimitando-se um pequeno grupo que, em sua maioria, não pertence à rede municipal de educação, excluindo e desvalorizando toda uma categoria. A esta é apenas concedido meia dúzia de cursos propostos pela SMEC, com a desculpa de contar as 40 horas, que muitas vezes não são viáveis à prática da sala de aula até mesmo pela falta de materiais das unidades.A eleição direta para diretores de escola é apenas um ponto de partida para a concretização da gestão democrática, esta última, por sua vez, vai muito além da questão da eleição para diretores; a senhora Auxiliadora Freitas sabe muito bem disso, por tanto, já que por algum motivo não estaria presente, deveria designar a subsecretária ou um de seus assessores diretos, não uma pessoa responsável por um dos setores da secretaria que não poderia explanar sobre questões mais abrangentes. Fica parecendo que a senhora secretária encontra tempo para representar a educação em alguns eventos, faz-se presente na filiação de seu padrinho direto, mas encontra dificuldade de tornar-se uma pessoa acessível onde a categoria se faz presente.A respeito do assunto que também foi levantado sobre abuso de autoridade por parte dos diretores de escolas isso é apenas o reflexo do descaso e da inoperância dos setores da educação.
Postado por DIGNIDADE CAMPOS DOS GOYTACAZES

3 comentários:

  1. É um prazer ter a matéria postada em seu blog. É um começo de um debate, onde é importante que as pessoas reflitam, praticando o direito democrático de emitir opiniões.
    Abraços
    Estamos juntos

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  2. Que bom que tenha proposto aqui um debate sobre o assunto.Eleição Direta para Diretores é um direito que precisa ser reconquistado e com urgência,todos deveríamos sinalizar para o Governo que queremos que a Democracia comece na Escola,enquanto a lei não é obrigatória em todo o país,nossa Prefeita poderia levantar essa bandeira...mas o tema gera controvérsias...

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  3. Rui,
    Ótimo ter seu apoio no blog para expansão do assunto em relação à questão da gestão democrática nas escolas.
    O debate foi muito bem proposto no blog do "dignidade", é hora de refletirmos sobre a educação que queremos.
    Abraços

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